What is it about?
Hoje em dia, é comum que os problemas de saúde mental sejam explicados principalmente como questões do cérebro, como se tudo se resumisse a desequilíbrios químicos ou falhas neurológicas. Essa forma de pensar, chamada de “cerebralização do sofrimento psíquico”, tem ganhado força e influencia desde os tratamentos até as políticas públicas. O artigo mostra que essa tendência está ligada ao modo como a sociedade funciona dentro do modelo neoliberal, que valoriza o indivíduo acima do coletivo. Isso faz com que o sofrimento seja tratado como um problema pessoal, ignorando os fatores sociais, econômicos e culturais que também afetam nossa saúde mental. Como consequência, os tratamentos acabam focando demais em remédios e diagnósticos médicos, deixando de lado o apoio comunitário e as relações sociais. As políticas públicas passam a tratar o sofrimento como algo que cada pessoa deve resolver sozinha, sem considerar o contexto em que vive. Isso enfraquece estratégias coletivas e psicossociais que poderiam ajudar mais gente de forma mais humana. O artigo defende que precisamos olhar para a saúde mental de forma mais ampla — considerando não só o cérebro, mas também as emoções, os vínculos sociais, as condições de vida e o ambiente em que as pessoas estão inseridas. Ou seja, cuidar da mente também é cuidar da sociedade.
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Photo by Elibet Valencia Muñoz on Unsplash
Why is it important?
Este artigo é importante porque nos ajuda a entender como a sociedade atual tem tratado o sofrimento mental de forma cada vez mais individualizada e biologizada, como se tudo estivesse apenas “dentro do cérebro”. Ao mostrar que essa tendência está ligada ao avanço do pensamento neoliberal — que valoriza o desempenho individual e ignora os contextos sociais — o texto alerta para os riscos de reduzir a saúde mental a explicações puramente neurobiológicas. Isso tem impacto direto nas políticas públicas, que acabam oferecendo soluções simplificadas e pouco eficazes, deixando de lado abordagens comunitárias e psicossociais que poderiam acolher melhor as pessoas em sofrimento. O artigo defende que é urgente ampliar o olhar sobre a saúde mental, levando em conta as relações sociais, as condições de vida e os afetos, para que o cuidado seja mais humano, coletivo e transformador. Em tempos em que o discurso oficial reforça a ideia de que o sofrimento é um problema do indivíduo, este texto convida a repensar o cuidado como uma responsabilidade compartilhada.
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This page is a summary of: Saúde mental, neuroculturas, e racionalidade neoliberal, Sociedade e Cultura, November 2024, Programa de Pos-Graduacao Projeto e Cidade, Universidade Federal de Goias,
DOI: 10.5216/sec.v27.78350.
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